quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Não. Não. Não mesmo



Estava eu num desses dias super atordoada com compromissos o dia inteiro e chegando em casa sabia que teria que tomar banho, me arrumar correndo para um outro encontro.
Eu queria ir pela amizade, pela pessoa e consideração. Mas, estava exausta de um dia lotado de obrigações.
Reclamando um pouco entrei no banho, reclamando mais, porque não achava uma roupa que me agradasse me vesti e terminei de me arrumar. E quando ia saindo meu filho disse: “Mãe você não quer ir né?!”
Ué como ele havia percebido?! Disfarcei tão bem! rs
Eu fiz uma cara qualquer e disse: “Eu quero, mas tô cansada.” Ele disse: “Não vai!”
E emendou:“Mãe você precisa aprender a dizer não! Isso vai facilitar a sua vida”
Fui para o encontro, pensando nisso enquanto dirigia o meu carro...preciso aprender a dizer NÃO.
Mais uma vez o meu filho, um garoto de 13 anos, me ensina muito. Ele é fantástico! e eu a mãe coruja dele óbvio.
Eu sou permissiva por natureza, adoro dizer sim, sim, e sim. Acho o sim positivo e bonitinho. Agradável, doce e feliz também combina com a minha personalidade e o meu sorriso.
Mas realmente me comprometi a começar a dizer mais não por aí, afinal, gostei dessa proposta de facilitar a minha vida.
Não é não!
Não é... não posso, não quero, não tenho, não vou, não preciso, não entendo, não permito, não deixo, não largo, não ligo, não insisto, não devo, não sei, não tô a fim.. e muito mais.
Mesmo que você dê ao outro um NÃO “embrulhadinho” numa caixa azul com laço de fita, é um NÃO, e precisa ser.
O sim te permite, o não te posiciona!  A gente precisa parar de ficar em cima do muro porque é conveniente, porque logo a vida se encarrega e ajeita a situação. Precisamos dizer e exercitar o não.  O NÃO é tão saudável quanto dizer sim.
Digo pra você, não é o NÃO honesto que acaba com uma amizade, com um relacionamento. Ao contrário muita coisa pode começar a partir de um não.
Eu tenho diariamente distribuído “nãos”... sempre com jeito! Sempre “embrulhadinho” na caixa azul com o laço de fita, mas já é um começo.
Vou dizer que de fato facilita a vida. Quando penso putz acabei de dizer um não e isso resolveu tudo, é simplesmente um alívio!
Todo mundo ou quase todo mundo associa o NÃO a uma coisa negativa. Porque é mesmo um advérbio de negação, tem uma energia de proibição, de bronca, de término.
Mas, sempre é assim?  Não, não é não.
É verdade que esse não te liberta, te libera pra muitos “sims” e essa é a vantagem!
Dizer sem culpa e sem medo o não, para obter de braços abertos o sim!
Você sabe dizer não? E você diz?
Eu não sabia, era custoso demais pra mim, quase torturante. Mas, estou me esforçando porque sei que isso faz parte da maturidade, de ser mais seletiva e me poupa milhões de aborrecimentos futuros.
E realmente já estou na idade de ser mais seletiva, de escolher com um “não” o que quero e não quero pra mim.
Bom, eu acho a semente do sim poderosíssima! Mas hoje estou tomando a consciência que no jardim que tem a flor do sim, precisa ter a árvore do não pra te proteger e te cuidar também.
É sempre a busca pelo equilíbrio que ajuda no andar firme. O não traz o equilíbrio externo e interno.
E vamos combinar aqui entre nós, somos mesmo muito bonzinhos, dizemos mais “sims” porque é mais fácil, e dói muito menos, porque é bem bacana ficar numa boa com tudo e todos. Mas custa, e posso te garantir é quase uma pequena fortuna.
Hoje faça isso, escolha uma situação e diga bem calma e conscientemente: NÃO!
Espero que a experiência seja confortável e que daqui por diante o NÃO seja tão presente na sua vida quanto o sim.
Não estou mais nessa onda de só dizer o sim.
Não. Não. Não mesmo.
terça-feira, 28 de agosto de 2012

Desconsideração de amor



Esnobe a minha vontade
Finja que não é com você
Ignore meu olhar que te procura
Faça pouco da minha boca que não cansa de dizer seu nome
Dilacere toda a minha esperança de você voltar
Corte em pedacinhos miúdos todas as lembranças que tenho nossas
Não importa. Eu vou juntar.
Juntar feito quebra-cabeça
Feito cabeça que pensa com o coração e quer montar tudo de novo!
Esquarteje nas juntas tudo que sobrou
Eu vou ficar sentada
Olhando, chorando, lamentando
Mas prometo não vou mais pedir, não vou mais implorar
E nem tirar a faca das suas mãos
Só vou olhar
Olhar como faço agora, só pra observar
Zombe da minha presença que te incomoda
Tripudie com seu sorriso do meu sorriso pra você
Maltrate esse amor, que aí será mais dor mesmo
Enforque esse sentimento
Não quero mais respirá-lo
Não quero mais senti-lo como ar
Enterre como natimorto sem a chance de crescer
Sem o direito de ser e chamar “Meu Amor”, meu grande amor
Acabe com tudo logo
Antes que tudo isso acabe comigo
Faça a gentileza de desconsiderar esse amor
Desconsidere como carta de cobrança
Porque não é cobrança
É desespero, é revolta, é agonia de amar
Mas se quiser me faça o favor de morrer de inveja desse amor que sinto por você.
quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Desejada sorte



Final de semana passado estava na Argentina com algumas amigas. Foi uma delícia. Quatro mulheres, suas histórias, suas loucuras e suas vidas na Argentina.
Argentina é um país lindo! O povo gosta de cultura, de política, o vinho é sempre bom... mas anda sofrido. O país está em crise. Cada rua mostra que o lixo é grande, o descuido também, o glamour não é mais o mesmo, o desemprego existe e a qualidade de vida piorou. Problemas enfrentados por todo país que está se recuperando ou tentando encontrar o equilíbrio.
Logo quando cheguei fui jantar. Sozinha. Pois, minhas amigas perderam o vôo em São Paulo. Tomei um táxi e fui num restaurante, maravilhoso diga-se de passagem. Sentei, pedi o couvert,  o jantar, a água, e uma taça de espumante. Jantar completo! Mais ou menos. Sentei numa mesa pra duas pessoas, e como fui sozinha o lugar ficou vazio. Então, faltou alguém. Mas isso não foi problema. Adorei o jantar, inclusive estar sozinha.
Quando estava indo embora agradeci, e ouvi de volta do garçon um “suerte senhorita!” como resposta.
O Argentino tem o costume de dizer e desejar “suerte” para as pessoas a cada momento. “Suerte” para o argentino, é como “Wellcome” para o americano. É uma expressão cotidiana, mais ou menos isso.
Parei pra pensar o que era suerte?  O que era sorte?
Sorte pra mim são muitas coisas. Não é só ganhar num jogo de azar. Acho esse o menor significado dessa palavra.
Sorte é encontrar o amor e não perder, é saber exatamente o que quer, e também o que não quer, é ter pra quem voltar, porque voltar. Sorte é continuar amiga dos seus amigos de infância, de vida, mesmo cada um sendo diferente e a correria do dia à dia atropelando tudo. É reencontrar pessoas perdidas no caminho e sentir exatamente os mesmos bons sentimentos.
Sorte é ter saúde apesar de toda contaminação que existe no mundo. E aqui me refiro ter saúde moral, espiritual e física.
Sorte é muitas vezes não chegar atrasado diante de uma oportunidade. É o famoso estar na hora certa, com a pessoa certa, fazendo a coisa certa. E nesse instante de sorte tudo mudar 360º.
Num livro que li e que não me lembro o nome, um personagem achava que tudo que ele tinha, fazia, era sorte. Ele escova os dentes e dizia: “Que sorte ter esses dentes perfeitos!” ele tinha fome, encontrava algo no armário e dizia: “Que sorte ter esse macarrão aqui pra esse momento de fome”... e por vai. Tudo, literalmente tudo, pra ele era uma manifestação de sorte. Sem dúvida, existiam outras razões práticas para os acontecimentos, mas ele atrelava isso a sorte.
Não deixa de ser positivo pensar que a sorte está com você em todos os sentidos e momentos. Se você fizer o exercício de achar hipoteticamente que tem sorte, e vive a sorte, você fatalmente será um puta cara sortudo!
Quantas vezes algo de azar, algo não tão bom acontece, e logo em seguida torna-se o maior ato de sorte? Isso acontece. Isso é sorte.
Eu sou uma moça de muita sorte! Vivo por aí conhecendo gente, fazendo amigos, enchendo meu coração de histórias, minha cabeça de ideias, meu olhar de novidades.
Na minha estrada tenho tido a grande sorte de sorrir mais que chorar, tenho tido a sorte de caminhar com alguns que amo e a sorte de deixar ir quem quer ir por escolha e opção.
Sorte é entender que o coração do outro pode escolher ir, querer ir. Azar é sofrer de se perder porque não consegue aceitar. Nesse caso posso ser um pouquinho azarada.
Sorte é uma palavra de significados bons, que só de ouvir enche o vazio desses sentidos felizes.
Quando você come comida chinesa vem aquele biscoito da sorte. Nele sempre tem uma frase, e alguns números para apostar. O chinês, o japonês, o ser humano acredita na sorte e quer ter essa sorte por perto. Nós sempre apostamos alto nela. É místico também.
A gente faz simpatia, faz oração, faz pedido para obtê-la.
Sorte é prêmio em qualquer sentido.
Sei que o garçon usou uma expressão automática ao me responder suerte, mas talvez me vendo ali jantando sozinha, ele quisesse dizer com o seu suerte assim: “Dá próxima vez tenha a sorte de vir acompanhada de um simpático rapaz”. Isso é o que meu coração açucarado pensa.
Sorte grande vai ser ter uma boa memória, não esquecer daqui alguns anos que foi  maravilhoso passar quatro dias na Argentina com três mulheres incríveis! e poder fazer tudo de novo com 60 anos.
Engraçado é que hoje reencontrei um amigo de colégio, e no final da sua mensagem ele me desejou sorte também. Acho que muitas pessoas me desejando sorte só pode ser coisa boa e um presságio que ela está por perto.
E como num biscoito de sorte vai a minha mensagem pra você ...
“Desejo que a sorte venha até você, te pegue pela mão, te convide para uma volta, te escute e por fim deixe contigo um pouco dela pra você usar quando quiser”
Sorte pra nós, pra nossas escolhas e nossos destinos.

    
quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Permaneço em você


Que poder você tem de voltar
Que poder você tem de me envolver sem estar
Que poder é esse sem nada poder
Que poder você quer ter?
Que poder eu deixo você ainda ter
Que falta você faz
Que resto sobrou
Que música você quer que eu seja?
Que voz você quer ouvir?
Voz do céu? ou do inferno?!
Eu sou, eu posso ser
Só pra te agradar, só pra te ter
Hoje eu escutei você me chamando
Eu vou, eu quero ir
Ouvi você pedindo
Fica comigo
Fica
Fica
Fico
E fico sem mim de novo
* Ontem no show do Playing For Change escrevi isso total momento de inspiração


Memória muscular do meu coração



Estudos já comprovaram que o corpo tem uma memória muscular. Explico.
Se você já fez exercício algum dia, e por razões diversas parou, se resolver novamente voltar a fazer será mais fácil recuperar os músculos e a boa forma, porque o corpo tem essa magnífica memória muscular. É como se o nosso corpo fizesse um backup do nosso rendimento, dos nossos músculos e quando necessário ele resgata de novo através da memória muscular. Muito maluco isso! Mas realmente nosso corpo é muito inteligente. Se você o tratar bem, ele vai se comporta bem, caso contrário será um menino birrento relaxado. 
Depois que reconheci isso como verdade, apliquei isso também ao meu coração. Já que é um órgão e um músculo. Tenho certeza que o coração tem uma “memória emocional”.
No dicionário o significado de coração que me interessou foi: “1. Órgão oco, muscular.... 2. A parte mais interna, ou a mais central, ou a mais importante dum lugar, região. 3. A natureza ou a parte emocional do indivíduo.4. Amor, afeto...”
Pensando loucamente e tentando fazer paralelos entre músculo corporal e músculo emocional... muito interessante saber que o coração é um órgão oco, por isso que colocamos pessoas, coisas e momentos nele. Para ocupar! Para preencher! Para ficar menos vazio!
E imagino que quando eu coloco uma pessoa no coração, a culpa de não esquecer essa pessoa deve ser do amor. O amor é que faz o coração se exercitar, trabalhar á todo vapor! e logo ativar a memória emocional. Aí tudo volta. Só pode ser isso! 
Uma vez que você coloca alguém no seu coração, honestamente prepare-se pra essa pessoa nunca mais sair. Ou só sair com ordem de despejo, e com todo meu leigo conhecimento isso demora pra caramba. Tirar alguém de qualquer lugar é complicado, imagina do coração!
Por isso cuidado!  Prudência vai bem, porque é um caminho sem volta.
Será culpa da “memória emocional” essa estupidez de deixar no coração pessoas que se foram?? Será que existe um outro mecanismo físico, sem ser cortar os pulsos, de bloquear esse amor, essa infeliz memória de amar o outro???  
Eu sei que memória muscular se aplica a músculos corporais, mas até um ser como eu 99% emoção, precisa entender cientificamente falando o porque??? Do porque??? De algumas pessoas nunca mais sairem dos nossos corações, dos nossos poros, dos nossos pensamentos, dos nossos músculos, das nossas vidas.   
Um atleta fica anos parado, mas basta voltar a ativa, para seu corpo se adaptar rapidamente. Isso também acontece com o coração.
Você jura de pés juntos dizer não... não se envolver, não gostar, não querer nunca mais nada disso referente ao amor. Acha ridículo a sua amiga do trabalho ser doente apaixonada a ponto de chamar o namorado de “bombom”.    
E basta chegar o amor novo, ou o ex amor velho e exercitar o coração, fazer o coração fazer abdominais, flexões, levantar pesos, que simplesmente tudo volta como Tsunami atropelando toda razão, toda saudade, toda distância. 
E tá lá você de novo, bobinho, com os olhos brilhando, a boca salivando por beijo, o corpo suando pelo desejo. E tá lá você 24h tentando se comunicar telepaticamente com o seu amor, imaginando ele em todas as coisas mais banais e até colocando apelidos “fofos” nele.
Não sei de quem é a culpa, mas por ora coloco a culpa na minha memória emocional que não só é corporal, mas deve ser coronária também.
Eu desisto hoje de tentar achar respostas pra esse acontecimento, vou aceitar essa explicação como lógica e verídica e dormir em paz.
Porque a culpa...a culpa não é minha de gostar, amar, querer, que alguns nunca saiam do meu coração, a culpa é dessa maldita e cretina memória emocional que eu criei, que adora ser acordada cada vez que eu quero pensar que esqueci que amar faz bem, e é bom pra alma, pro coração e pros músculos.
E como diria a música: “Meu coração é um músculo involuntário e ele pulsa por você”- Marisa Monte.
Então se ele é um músculo involuntário a culpa não é minha.
A culpa é sua de continuar no meu coração e fazer ele pulsar involuntariamente.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Expectativa X Realidade



Nessa semana fui jantar com uma amiga. Entre uma taça de vinho e outra, falamos sobre nossos momentos atuais, comentando também sobre algumas coisas do passado claro.
Comentei com ela sobre um filme que já vi algumas vezes “500 dias com ela”. É um filme bem gostosinho de ver. A história de amor é atual, moderna, o fim também é moderno. O filme tem uma fotografia bonita, doce. O casal do filme é um moço completamente apaixonado por uma moça nem um pouco apaixonada por ele. Não vou contar o filme. Mas numa das cenas a moça convida o rapaz para uma recepção no terraço do apartamento dela. E nesse momento o diretor do filme teve uma sacada ótima, ele divide a cena em duas na mesma tela. De um lado está a expectativa do moço e do outro a realidade dele. Ambas acontecendo simultaneamente. O filme diz sobre alinhar a expectativa à realidade.
Claro, que ambas as coisas são totalmente opostas no filme. Mas ai vem a pergunta: Só no filme??
Porque na minha vida a expectativa e a realidade são desencontradas, são como duas vizinhas brigadas que nem se olham, que nunca conversam.
Vivo uma expectativa pisciana, de sonho, de paixão, de príncipe encantado com direito a ser rica, linda, famosa e viver eternamente feliz com um corpinho de 30 anos. Mas a realidade é sólida! Trabalho, pago contas, cuido da minha vida, tenho minhas decepções amorosas, sofro, choro, vou no mercado, fico aborrecida quando alguém fura a fila, tenho alergia à cachorro, vou a jantares com amigas especiais. Tudo perfeitamente normal!
Confesso minhas expectativas são compatíveis a de uma Deusa Grega! Que pode tudo, quer tudo e pra já. Mas minha realidade definitivamente não se comporta assim. Acho que a de ninguém. Minha realidade é bem plebéia revoltada mesmo. Mostra que a vida é rotina.
Falando com a Bruna, minha amiga do jantar, ela diz que a expectativa dela também é diferente da realidade, isso me conforta (mais ou menos, ela é uma doce pisciana como eu).
Mas é bom saber que no mundo tem gente que pertence a turma da “expectativa que  não casa com a realidade e vivem felizes para sempre”.
Eu sei que menos trabalho dá quando se vive de realidade, de chão. Porque é bem mais tranquilo esperar o razoável e receber o aceitável.
A minha expectativa é viver como uma garota sem compromisso, a realidade diz que sou quase uma senhora cheia de compromissos. E isso me obriga a ser mais realista com tudo. Dói! É pesado e real.
Esse é o conflito que existe na minha vida “ser ou não ser eis a questão!”  
Outra dia, outra amiga disse que conheceu uma moça que tinha a vida dela toda planilha no excel até muitos anos pra frente. Penso que isso deve ser um porre! Mas com certeza a expectativa dela é alinhada à realidade dela. Contudo, vou adorar ver a vida dela toda planilha no excel dar outro resultado no fim.
Porque não sou Deus, mas sei perfeitamente que não há nesse mundo alguém que saiba exatamente quantas e todas as lombadas que existem no caminho à seguir.
Vai ter ora que você vai ter que acelerar, logo depois vai ter que andar devagar, e muitas vezes quando nada depende de você, você vai ter que sentar na beira da estrada e tomar uma Coca Cola até tudo se resolver.
Todo começo do ano faço uma coisa que muitos fazem. Uma lista. Do que quero e do que não quero mais. No fim do ano acaba virando uma lista de expectativa e de realidade, ás vezes com resultados bons, outras com resultados abaixo do esperado.
Bom assim é a vida. Um eterno“Vivendo e aprendendo a jogar... NEM SEMPRE GANHANDO NEM SEMPRE PERDENDO MAS APRENDENDO A JOGAR!” (Ellis Regina).
Em clima de olímpiadas quantos atletas se preparam 4 anos para em minutos cair de cara no chão com a realidade. E como fica toda expectativa?! Mas, então de novo depois de mais 4 anos lá estão eles tentando alinhar a expectativa á realidade e ganhar feito heróis.
Tentar! Essa é a palavra que cabe no meio da expectativa e realidade.
Então fica assim:
Minha expectativa, minha tentativa, e minha realidade... isso que vale no jogo tentar alinhar as três coisas.
E hoje eu de dedos cruzados prometo ter uma expectativa mais realista daqui à 40 anos! E o agora?!... Ah! agora vai ficar como tá mesmo... muitos jantares gostosos cheios de expectativas de uma noite boa, que acabam com bons papos realistas entre amigas.
Afinal, meu medo é não ter essa minha doida expectativa e só viver dessa boba realidade.
quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Livro Eu



Cada pessoa é um livro. Somos leituras de histórias diversas e diferentes. Histórias tristes, alegres, dramas, fantasias, romances, mentiras, violências... ficções e aventuras. Somos um livro Best Seller na melhor versão sangue, suor e lágrimas. E tudo mais que o roteiro permitir.
Você conhece alguém quando lê esse alguém. Lê de cabo à rabo. Lê de trás pra frente. Lê e se interessa, lê e se decepciona. Lê o olhar, o corpo, o coração, a cabeça dessa pessoa livro.
Quem você está lendo por ai? 
Muitos me conheceram, mas poucos me leram na íntegra, e menos pessoas ainda me entenderam nas entrelinhas.
Poucos tiveram a delicadeza, a gentileza de olhar mais que a capa. Poucos reconheceram os meus capítulos. Até porque sou uma leitura complexa mesmo. Mas dispenso manual.
Eu peço.
Me lê. Me conhece. Chora comigo, ri das minhas loucas bobagens, se encanta com a minha coragem de viver, se decepciona com a minha postura conformada, briga comigo, depois me abraça e fica de bem no capítulo 8. Eu perdoo sempre. Se apaixona por mim.  Me odeia, mas só por algumas páginas.
Sou esse livro, ás vezes doce, e outras de capa dura. Sou esse livro infantil que conta estória pra dormir, e também sou o livro sujo, promíscuo e profano. Sou esse livro grifado, cheio de anexos e pecados pra entender.
Sou cheia de metáforas, de conversas íntimas, de diálogos longos e profundos. Mas, também sou estória bobinha que serve só pra fazer rir.
Me lê. Sente a minha conversa, pede uma bebida pra mim e pra você, se solta, se entrega, exagera na ilusão.
Me lê a meio luz, meio apagada, ou no breu, que aí eu apareço mesmo. Apareço cheia de detalhe, cheia de mistério, cheia de vontade, saudade e luz.
Me lê. Lê a minha loucura emocional e não só minha sanidade real. Lê meu desespero por morrer de amor e encontrar o amor que traduz o “e viveram felizes para sempre”.
Me lê. Você não sabe quantas coisas posso te contar, quantas quero te dizer, só pra você se interessar, só pra te ganhar, só pra ter. Ter você meu brinquedo, meu desejo, minha ilha deserta, minha distração preferida! Ter minha sedução atendida.
Me lê como livro usado, gasto, com anotações particulares. Lê como se fosse livro novo cheirando à gráfica ainda. Lê como se eu fosse Shakespeare, ou o vagabundo Bukowski. Lê o que eu escondo de Nelson Rodrigues em mim.
Lê e me imagina como você quiser. Lê esse sonho e essa verdade. Veja que as mentiras que eu falo de mim são folclore que de tanto contar acabam virando mais que lenda.   
Lá no capítulo 10 eu vou me trair, e depois me arrepender, sofrer e me querer de volta. Porque eu sou livro de amor, romance que acaba bem e tem final feliz!
Lê essa história minha, e só minha, que é confusa porque é pra você se perder e se achar em mim como num labirinto de espelhos ou numa cama de amantes.
Lê devagar, lê me devorando, e depois volta na página 1 pra começar de novo, só pra me decorar.
Lê o final primeiro, pra entender o começo de mim.
Lê como oração, canção e poema pra curar as dores da alma.
Lê como “Pequena Criatura” da Luana e "Barzarzinho" da Fabi Koller.
Lê meus defeitos de ortografia, e mesmo assim não me crítica, não me julga, não me abandona.
Lê.
Depois de tudo lido, relido e entendido, ou desentendido... me coloca na sua estante só pra se exibir. Eu deixo. Mas aviso: Só quando eu quero deixar!
Mas, se você quiser... me carrega contigo. Na mochila, no coração, no pensamento, na lembrança de uma citação, no som da minha risada, na sua vontade de ficar, na estrada que você tá seguindo, na sua carne. E se você gostar, me coloca na cabeceira, e toda noite olha pra mim com vontade de me ler mais uma vez.
Eu sou livro. Eu sou palavra. Eu sou a vontade de ser lida por você.
Me lê e boa leitura.

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