quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Encontros, desencontros até encontrar



Depois de algum tempo a gente entende que a vida continua, que é bonita, simpática, inteligente, que não toma rivotril ainda e que quer ser feliz. Fato.
Depois de alguns convites, resolvi aceitar o convite pra jantar. Achei melhor marcar no restaurante. Parece impessoal, porém, altamente seguro para o primeiro encontro.
Tive o cuidado de me arrumar bem. Escolhi uma roupa interessante, tipo aquela que diz quem você é sem gritar. Passei hidratante, perfume, cuidei da depilação, escolhi um esmalte vermelho, uma sandália fina, usei pouca maquiagem, até na lingerie pensei. Tudo isso fiz sem intenção, fiz por protocolo. Se vai, vai direito.
Afinal, como dizia Vinícius de Moraes: “as feias que me desculpem, mas beleza é fundamental”. Sai de casa segura. Honestamente falando bonita, pra ser vista e admirada. Com toda humilde que cabe na situação.
O restaurante era muito  fino e agradável. Escolha dele. Chegamos juntos. Ainda bem, porque a situação de esperar alguém é horrível pra mim.
Atravessei o salão e percebi os olhares. Principalmente os olhares das mulheres, ai acreditei que estava linda! Incomodar uma mulher faz toda diferença pra a segurança de outra mulher.
Sentamos. A conversa fluía. Eu não disse muito. Sobre o passado então não falei nada! Ninguém precisa saber quem você amou, e nem quem te amou e todo o resto. Tenho aprendido coisas, ficar de boca fechada e de coração aberto são duas dessas coisas.
Claro que fui simpática, educada, joguei charme. Toda mulher testa seu poder de sedução. Faz a gente voltar pra casa feliz, com auto estima na lua no mínimo.
Percebi que ele estava gostando, que estava interessado. E sabia qual era o interesse dele. Comi pouco. Bebi duas taças de vinho. Digamos que fiquei solta, mas com os pés no chão.
O jantar estava ok.
Ele era articulado, gentil, seguro, moço fino, bonito! Mas só falou de carros! Vamos combinar que falar de música, livro, filme, viagem, até falar da vida dos outros é mais interessante que falar de carro.
Enfim, ele não me surpreendeu parte 1.
E comecei a passar a mão no cabelo. Logo estava longe, dispersa e morrendo de vontade de sumir.
Vamos deixar claro que quando eu passo a mão no cabelo nem sempre é isso. Ás vezes estou fantasiando coisas, mas, estou ali e não num outro planeta.
Notei os detalhes. O relógio, o perfume bom que vinha dele, os dentes, a maneira como ele tratou o garçom. Não se iluda, ele também fez isso. O primeiro encontro é sempre uma prancheta na mão e uma avaliação detalhada da pessoa.
Ás vezes falha. Ás vezes dá tudo errado e mesmo assim vira romance. É como receita de bolo, você segue passo á passo, mas se o bolo vai crescer ai é outra estória. É uma reação química tanto o bolo como a relação crescer.
Inclusive meus bolos nunca crescem, melhor eu mudar a metáfora.
Fui ao toilet. Olhei no espelho e disse: “Não faz essa cara. Não faz esse bico. Você sabia que podia ser assim. Agora volta lá e resolve isso”.
Resolvi. Olhei com uma carinha de por favor não me leve a mal mas está tarde (era cedo ainda) amanhã acordo cedo (o dia seguinte era sábado) e só faltou eu dizer literalmente: “e aproveita bem o abraço de despedida porque você nunca mais vai me ver”.
Ele pediu a conta. Antes sugeriu: “A noite tá tão boa, você não quer continuar o papo num outro bar?!”. Mentalmente pensei: “Pra você continuar falando de carro?! Tô fora!”.
Mas gentilmente disse: “Fica pra uma próxima. Tive um dia difícil” (mentira! você já viu funcionária pública ter dia difícil?! É raro!).
Então, ele rasgou elogios, falou que adoraria repetir o encontro e que meu sorriso iluminou o jantar.
Ah! até que ele foi fofo! Mas como fiquei muito mal acostumada com as palavras e o significado delas ele não me surpreendeu parte 2.
Sim, ele foi gentil, educado. Pagou a conta, pediu o meu carro, e lógico mostrou o carro dele (um luxo!) e me deu um abraço forte demais. Como um homem depois de tantas descobertas interessantes, avanços tecnológicos, ainda pode achar que um carro pode conquistar uma mulher?
Eu disse uma mulher. E não uma espécie de fruta misturada com mulher.
Pegou na minha mão, e terminou dizendo: “Foi muito agradável, mas poderia ser melhor é só você querer”. Hãa??? Como assim no primeiro encontro e sem ter acontecido nada?! “é só você querer???”. Homem realmente está ficando muito mal acostumado.
Não vou culpá-los. A maioria das cinderelas de hoje estão descalças. Não perderam só o sapatinho, mas, toda elegância, charme, bom senso. Volto atrás na minha posição vou culpá-los! Perderam muito de tudo isso por causa dos homens, ou por falta deles.
Gente! Porque a gente não gosta do que está na mão??? Dá pra alguém me explicar?! Porque tudo parece perfeito e simplesmente não rola? 
Abri um sorriso e na mais estampada cara de pau disse: “Adorei também! Mas calma as melhores coisas demoram um pouco pra acontecer!”. Nossa fui fundo! Mulher quando quer é um bicho, vai por mim. Como diz  meu amigo, Carlos Eduardo vulgo Gallo:“Mulher é um bicho que sangra todo mês e não morre! Como posso confiar?!”.
Sem dúvida essa “as melhores coisas demoram pra acontecer” NUNCA vão acontecer. Não com ele.
Fui pra casa com o som do carro no último. Cantando e feliz. Feliz porque até que tive uma noite agradável, considerando que ele fez de tudo e eu não fiz quase nada para agradar. Sei lá se isso pode ser bom. Talvez só meu complexo de deusa grega tenha ficado feliz.
Esse foi só o primeiro de alguns, ou muitos, tomara poucos jantares de “esse encontro vai dar no que?”. Mas enquanto isso, vou me divertir, conhecer, analisar e brincar.
E sem peso na consciência, eles vivem fazendo isso com a gente.
Até eu me render, cair de quatro, babar pelo charme de algum deles. E de novo beijar, gostar, querer e me apaixonar perdidamente!
O que você espera de uma pessoa que tem a palavra amor no nome? MarcelAMORetto! Vivo o amor, espero por ele, sou par.
Foi legal ter ido no jantar, divertido. Mas não foi 3 “i”. Irresistível, inesquecível e incrível (minha nova forma de balizar o amor) e pra isso não precisa ter “O CARRO”, mas, aos meus olhos ser “O CARA”.  Ou seja, ele não me surpreendeu parte 3. Então por favor o próximo. Porque esse virou meu amigo. Certeza.
Aqui entre nós a lista de amigos está imensa.
Mas, a gente nunca sabe quando vai ter baile, quando vamos dançar a noite inteira de olhos grudados no moço e como uma adolescente não querer jamais que a noite acabe. 
É a gente nunca sabe, mas a gente espera que o baile aconteça, e que depois o moço vá atrás da gente e nos surpreenda com o sapatinho nas mãos. 
Será que a síndrome de Cinderela tem cura?
quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Território conquistado é batalha ganha



O jogo da conquista é um dos mais antigos e mais gostosos de jogar. Tanto que vai ano, passa o tempo, passa séculos, Faraó vira múmia e a gente continua gostando, jogando, ganhando e perdendo, mas, sempre na batalha, nesse “front”.
Você já jogou“WAR”? WAR é um jogo de guerra, estratégia, onde o jogador vai conquistando territórios, países. Quem tiver mais países conquistados ganha o jogo.
Preste atenção no que vou dizer agora:Todo jogo tem regras! E no jogo da conquista não é diferente. É uma guerra de estratégias e existem regras femininas e masculinas só pra tornar tudo mais interessante.
Até Tim Maia um completo desregrado tinha poucas regras e disse:“Vale tudo! Só não vale dançar homem com homem e nem mulher com mulher". Ah! Essa  parte “só não vale dançar homem com homem e nem mulher com mulher” hoje é regra quebrada e tá valendo também.
O que faz as regras mudarem? Comportamento associado à moda, sentimentos, desejos revelados à meia luz e mais um mundo de coisas pra ser prática e não me estender muito.
Mas, hoje nesse jogo vale  tudo mesmo, ou sei lá, quase tudo, ou o que cada um acreditar ser regra boa.
Nesse pode e não pode das regras tudo virou uma grande bagunça, uma orgia grega.
Disse um amigo:“Nunca no primeiro encontro deixe as coisas avançarem demais, prorrogação no primeiro encontro então nem pensar.”Regra antiga essa. Regra machista para um tempo feminista demais eu digo.Mas, pelo visto ainda resistente aos novos tempos.
Essa é a visão masculina e também a visão masculinizada de algumas mulheres. Algumas mulheres diriam: “Que absurdo! Que vagabunda transar no primeiro encontro” só pra engrossar o coral. Já outras diriam: “Que empáfia o homem vai a lua e a mulher não pode transar no primeiro encontro”. Está vendo como é bem complicado.
Voltando ao jogo, uma boa jogada pode fazer avançar casas e uma má jogada pode sem mais e nem menos fazer você perder o jogo, ou ser desclassificado.
A questão maior é estamos perdidos nesse jogo. Jogamos tênis, onde na verdade o melhor é jogar frescobol. E por uma razão clara, no tênis precisa ter um ganhador, no frescobol tem que ter parceria já dizia o texto “Tênis X Frescobol” de Rubem Alves (vale a pena ler procura no google).
Meu amigo disse ainda: “Território conquistado, não se perde mais” Traduzindo: Beijou, no próximo encontro é daí pra frente. Entendeu?!
E esse daí pra frente complica um pouco mais em alguns casos. Porque se já não bastasse ter que conquistar os “territórios” da pessoa, ainda temos que conquistar a família, os amigos do colégio, da faculdade, do futebol, o porteiro do prédio, a melhor amiga, o cachorro, o chefe,  etc, etc.... affeeee!
Engraçado é que depois de todos os territórios conquistados, como num jogo comum, acaba o jogo. Da “game over” pelo menos no jogo da conquista. E isso não pode nunca, jamais, “never” acontecer! A conquista é diária.
Juntando à tudo isso temos as regras do pode e não pode.
Pode ligar? Pode mandar mensagem? Pode adicionar no facebook? Pode chamar pra sair? Pode aceitar o convite? De quem tem que ser a iniciativa? Enfim, pelas minhas contas são 718(tô chutando baixo) pode e não pode a serem seguidos metodicamente.
Você já quebrou regras? E se deu bem ou mal?
Adoro quando tudo foge as regras, ao nosso controle e nos jogamos, porque daí dá um jogo bom.
Homens e mulheres desarmados de regras, deixando a coisa  acontecer muitas vezes dá compromisso. Ou na linguagem atual “Em relacionamento sério com”. E esse é o objetivo do jogo. Nem sempre acontece. Tem jogo que não vira isso mas, é bom pra caramba de jogar enquanto dura.
Com esse meu amigo deu jogo, e ele se rendeu aos encantos de uma boa, linda, simpática, inteligente, jogadora. Ah! E pisciana! (Puxar a sardinha no jogo é regra básica).
Honestamente o que precisamos fazer é deixar as regras de lado. Olhar nos olhos, deixar o coração falar alto, sentir a verdade do outro e se apaixonar perdidamente. Bem piegas. 
Porque esse é o melhor jogo que existe. E tanto nós meninas, e eles meninos, somos ótimos jogadores.
A única regra que proponho é a regra número 1 descrita aqui em baixo.
Regra número 1: Quebre regras. Todas se necessário for. Essa é a regra válida para se viver uma história de amor. Pode até dar alguma dor de cabeça, mas vale a pena, ô se vale!
Lembra que eu disse lá em cima Todo jogo tem regras!...completo: Para serem deliciosamente quebradas por causa de um bom motivo. 
E o amor é o motivo bom nesse caso.

*Hoje lendo o texto no ônibus, um senhor distinto ao meu lado perguntou:"Você escreve?"
Eu respondi: Sim, tenho um blog. Hoje é quinta dia de por o texto no ar. 
O senhor:"Sou Advogado, adoro ler. Posso?!". Dei o texto pra ele. Após alguns minutos ele disse:"Moça, você tem um talento. Escreve bem, é espirituosa e consegue prender o leitor. Adorei o texto. Muito bom. E se me permite te digo sou o Vicente, tenho 60 anos e sou casado com a Olga há 35 anos, uma senhora que quebrou todas as regras e me fez também quebrar todas elas por ela. E confesso sou extremamente feliz!" 
Nos despedimos e ele terminou dizendo:"Tenha um bom dia. Ah! o seu sorriso moça faz muitos homens quebrarem regras". Por fim eu sorri pra ele.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Psiu! Vamos falar de política?



Fim de semana passado tivemos eleições municipais. Mais uma vez pudemos escolher pelo voto direto um político para nos representar junto às nossas ideologias políticas. Será?
Desculpa serei dura. Nunca vi uma campanha tão desnecessária, tão sem sentido.
Se o cenário está batido e cansado, os atores, os figurantes e a própria estorinha toda continuam exatamente iguais .
Parece peça de teatro que fica anos em cartaz, mas nesse caso a peça é obsoleta e ruim. E precisa de um “remake” urgente.
Frustra-me mais uma vez procurar as diferenças, as propostas e encontrar sempre do mesmo. Candidatos completamente “montados” por marqueteiros e partidos interesseiros e oportunistas.
A farinha é do mesmo saco e da mesma falta de qualidade.
Quase ninguém gosta de falar de política. Tem um ditado popular que diz que política, religião e futebol não de discutem, porque vira discussão.
Escuta, chega disso!! Já passou da ora de falarmos, gritarmos política por aí. Não adianta falar baixinho não. Precisa expor e sem demagogia essa voz precisa chegar aos ouvidos de todos.
A voz precisa ser clara, limpa e não com interferências como naquela brincadeira de telefone sem fio, que de uma pessoa para outra a conversa chega totalmente distorcida.
Antigamente havia na grade curricular da escola a matéria Educação, Moral e Cívica, que entre outras coisas como ensinar o hino, ensinava sobre ética, deveres e obrigações dos cidadãos e política.
Na minha humilde opinião essa matéria deveria voltar as salas de aulas. Se faz necessário despertar o interesse político desde cedo. Só assim passa existir uma consciência coletiva sobre a questão. Só assim o povo será POVO, podendo exercer seus direitos e obrigações, e  não rebanho onde se um boi vai por um caminho é por ali que vai a boiada toda.
Estive recentemente na Argentina e me impressionou o povo argentino que sem distinção de qualquer diferença gosta, fala, vive a política do seu país. Sem exceção eles discutem, se interessam pelo assunto.
Ao contrário do argentino, nós brasileiros somos analfabetos políticos. Analfabetos que sofrem de amnésia profunda e coma induzido, que de eleição em eleição, acordam mas se esquecem das barbaridades cometidas. Somos analfabetos políticos que achamos que lendo a  revista VEJA um fim de semana antes das eleições estamos por dentro do assunto.
Em matéria de política o brasileiro não estuda nem pra passar de ano. E se não estuda vira repetente dos mesmos erros .
Não quero fazer um palanque aqui defendendo esse ou aquele candidato, e nem partido. Não se trata disso. Convencer não é meu papel, falar sim, convencer não.
Já basta a obrigação de votar, que pra mim é profundamente arcaica e provinciana. Escutando a CBN News um jornalista dizia que o voto é mais um dos instrumentos de se exercer a democracia e cidadania.
Concordo categoricamente.
Isso vai tão além que NÃO jogar lixo nas ruas é também uma maneira de ser cidadão.
Ter a obrigatoriedade de votar só nos faz mais manada.
Penso longe, sonhando alto, como seria bom, positivo, se cada brasileiro quisesse votar única e exclusivamente porque reconhece a importância do fato para seu país e para o progresso.
Nessas eleições tivemos um número altíssimo de brancos e nulos. Talvez o maior número até agora.
Opa! Tem algo errado ai. Será que essas pessoas que votaram branco, nulo ou se abstiveram de votar não estão dizendo alguma coisa? Será que não precisam ser ouvidos? Porque nunca essa voz tão “calada” disse tanto.
E pra ser bem simples essa voz “calada” disse:“De tudo que tem ai, nada me agrada”. Tirando a preguiça de alguns de escolher, foi isso que foi dito.
Essa postura preocupa. E não prestar atenção nessa fatia de eleitores, é desconsiderar a democracia na cara dura.
Ainda nessas eleições tivemos um número de ex artistas, ex jogadores de futebol, ex cantores, ex atletas  e até funkeira se elegendo.
Não vou julgar a capacidade do cidadão como pessoa, individuo, mas, por favor cada um no seu quadrado.
Política é uma coisa séria! Ou será que aposentadoria virou sinônimo de vereador?!
Ah! Isso não dá!
Política se faz além da boa vontade de botar a mão na massa, eu disse na massa, e não no bolo, de dados, estudos, planejamentos, visando suprir as necessidades existentes em todas as áreas.
A política brasileira precisa em carater de urgência de bons administradores, de empreendedores, e sem dúvida de um caminhão de ética e honestidade.
Honestidade virou um vestido feio de gente humilde, pobre, que dá vergonha de ser usado. O que está na moda é o terno, o “tailleur” dos conchavos, dos arranjos, do mensalão. Tudo muito fino, elegante e podre.
Disse Charles de Gaulle ex primeiro ministro francês:“O Brasil não é um país sério”. E de verdade quando elegemos uma funkeira para vereadora só tornamos essa frase autêntica e grifada pra todo mundo ler.
Nessas eleições elegemos mais mulheres. Isso eu vejo como ponto positivo. Porque até ontem não eramos dignas de expressar nosso ponto de vista, quem dirá ser candidata eleita.
Meu filho perguntou ontem pra mim:“Mãe quem é José Dirceu?". Gostei dele ter perguntado e mostrado seu interesse.
Termino dizendo duas frases de muito efeito:“Tenho orgulho de ser brasileira!” e “Sou brasileira e não desisto nunca”.
Está na ora de gritarmos essas frases ressaltando a razão, a emoção e principalmente a AÇÃO!
Chega de brincar de estátua quando se fala de política.
Só a AÇÃO consciente motivada pela razão e emoção vão nos fazer brasileiros mais felizes. E essa felicidade de ser brasileiro não pode ser sazonal. Não dá para ser brasileiro feliz só na Copa e no Carnaval.
Ah! E respondendo a sua pergunta filho...José Dirceu é um grande canalha! Mas, na sua linguagem ele é o inimigo, a força do mal. Exatamente isso.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

O preto e branco da morte


Todo retrato antigo preto e branco me lembra a morte
A morte do tempo
A morte da beleza e da feiura
A morte da meninice, da juventude e da velhice
A morte da família
A morte do casal
A morte do nascimento
A morte do militar
A morte da amizade
A morte das máquinas de escrever, tecer e semear
A morte de todos os instrumentos musicais e brinquedos
A morte do carnaval sem malícia do palhaço e da bailarina
A morte da moda e dos modos
A morte da carne e do espírito
A morte dele, dela e nossa
A morte da própria e dolorida morte
Ó Morte tu que és tão forte...que mata o gato, o rato e o homem
Não mate as coloridas e doces lembranças dos meus amores
Ó Morte tu que és tão forte...que mata o amor, a dor e eu 

*Escrito na Bienal de SP, na obra de August Sander- 619 fotos  de pessoas do século 20
quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Cama nossa de cada dia...Amém!



Essa semana fui jantar com uma amiga e como sempre após os jantares, encontros e bons papos, ideias rondam a minha cabeça, meus pensamentos.
Conversa vai, assunto vem, conversamos sobre o que faz um casamento acabar ou se manter. Filhos? Estabilidade? Convivência? Cama?
Vamos nos ater a cama para divagar sobre esses lençóis tão prazerosos. Afinal, é um assunto que nunca sai de moda.
Se cama boa segura o casamento, sabemos também que não faz milagres, porque sem outras coisas, uma ora a cama quebra e o casal está no chão.
Se a falta da cama acaba mais cedo com o casamento é por razões óbvias. Casa-se, com um dos objetivos de ter uma vida sexual saudável, estável e frequente.
Cama é importante. Não vamos falar aqui do quanto, e nem de quantos por centos, posso acabar superestimando ou depreciando um número que acho muito pessoal.
Cada um sabe o quanto sexo é essencial pra si, o quanto gosta.
O que tenho notado, até por experiência, é que temos fases mais sexuais e outras mais pacatas, mais mansas. É idade, comodismo, preguiça, baixa estima, falta de tempo? Não sei. Cada um tem sua razão ou razões. Mas, assim como a bolsa de valores temos altos e baixos nessa ação, e um gráfico estável é bem raro.
Que bom! eu diria. Porque sexo precisa ter altos, baixos e “loopings” pra ser divertido. Até o sexo nosso de cada dia fica chatíssimo todo santo dia igual.
Sexo, cama, quando é espetacular, defino espetacular, como espetacular mesmo e não meia boca, deixa suado, rendido, exausto, extasiado e satisfeito qualquer ser vivo.
Acontece que quando casamos normalmente já temos uma intimidade com o parceiro. Com isso desenvolvemos o “jeitinho” do casal de transar.
E muitas vezes bitolamos nesse “jeitinho”, e isso aciona um piloto automático desastroso. É verdade que com cada parceiro é diferente (ainda bem). Mas, quando estamos começando um novo relacionamento é batata! Fazemos as estúpidas comparações. E esse leque de comparações é um universo paralelo gigante!
Existem mil e um “jeitinhos". Bom, excelente, péssimo, satisfatório, regular, bizarro,extravagante, paranormal, virtual e por aí vai.
Basear uma relação só em sexo é um equivoco sem tamanho, assim como deixar de fora da cama o sexo é altamente arriscado para uma relação.
Como diz um amigo, Wil Andrade, "os extremos são perigosos". Nem mais nem menos. Nem pra sobrar e muito menos para faltar. Sim, porque se pouco faz falta, muito enjoa ás vezes. Nesse caso o meio termo é um meio bom.
Por falar em “meio”, é no meio do corpo do homem e da mulher que a vontade tem que ser inteira para as coisas acontecerem. E é no extremo de cima, na cabeça, que as coisas precisam estar bem para que as coisas rolem bem. E se não rolar é no extremo de baixo, nos pés, que fica o ponta pé do tchau para acabar com a relação. Só uma questão de meio e extremos nada mais.
No entanto estamos passando por uma crise sexual mundial. Nunca se pode tanto, se fez tanto e se foi tão infeliz, vulgar e insatisfeito.
As relações estão desgastadas, as pessoas perdidas. Ninguém mais sabe o que é sexo bom, e sexo mau.  Nesse caso acho que seria mau com “L”. MAL seria mais apropriado, porque é o sexo que não faz BEM pra consciência.
Ressaca moral pós sexo é sem dúvida pior que porre de vodka que provoca amnésia
Estamos buscando algo que não existe e que proporciona um prazer tão inexistente quanto.
Tudo isso por falta de coisas muito simples e básicas...INTIMIDADE, COMPROMISSO, RECIPROCIDADE.
Relações de carne e prazer nem sempre saciam, bastam.
Haja vista o sucesso que o livro “50 tons de cinza” está fazendo entre as mulheres.
O livro é um romance, erotizado, de conteúdo adulto, que nada mais é que uma estória de amor, sexo, com um homem lindo, rico, poderoso, que proporciona loucuras e prazer na cama. Esse mesmo homem cuida, protege, e ama a moça e aí está o sucesso do livro.
É o sonho de qualquer mulher, e mulher vive de sonho meu amigo.  Mas, esse sonho só existe em livro mesmo.
Estamos sim carentes de sexo! Cama! E aqui me refiro aquele sexo bem normalzinho, papai e mamãe que de tão idiota é gostoso para caramba. Por um motivo bem evidente...qualquer cama com quem amamos pode levar a loucura.
Mas, nós mulheres estamos querendo mais. E mais é o plus, mega, blaster, top na cama e no amor. E tudo isso é só e nada mais que AMOR + SEXO juntos e conjugados. Como sempre quisemos inclusive. Coitados desses pobres homens, pois, é tarefa difícil nos agradar.
Qual era mesmo a pergunta? Ah! Sim... o que faz um casamento acabar ou se manter?
Na minha opinião incompatibilidade de gênios.
Traduzo.
Um gênio que ama e outro gênio que deixou de amar. Ou dois gênios que não se amam mais.
No fundo o amor acaba com o casamento. Claro, a falta dele pelo outro.
Só isso acaba com o casamento, o resto é só termo jurídico pra justificar o processo de separação.

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