Acabou.
Eu fiquei ali sentada na areia olhando o pôr do sol. Quieta, calada, muda por tanta beleza.
Observei um casal dos seus 15 ou 16 anos.
Lindos. Paqueravam.
Ela encantada, ele bobo com o encanto dela.
Lembrei dos meus amores de verão.
Ah! quanta história boa.
Sempre tive sorte com os garotos. Gostei e fui correspondida.
Mas, meu primeiro amor, meu primeiro namorado foi uma desilusão. Ele me traiu.
Absolutamente aceitável e perdoável, considerando que ele era lindo, cobiçado, e pela idade tinha um alto nível de Testostenora (hormônio masculino que ferra com tudo!). Passou. Sem mágoa ou trauma. Será?!
Na época chorei, sofri toda dor do amor.
Meu pai me consolou dizendo: "filha vai passar. Você ainda vai se apaixonar muito e muitas vezes. Ainda existiram muitos Carlos Eduardos, Alexandres, Ricardos...na sua vida".
Meu pai tinha razão, aquele era só um verão. Existiriam outros, assim como os amores.
Hoje não é diferente. Eu particularmente gosto de gostar. Não me canso do amor. Não desisto dele.
Cada paixão, história, deixou algo valioso que me fizeram uma mulher loucamente apaixonada.
Nunca houve ressentimentos por ter acabado ou por ter durado pouco. Foi como foi.
Foi verão.
E quem não sabe viver o sabor de um amor de verão, deve ser uma pessoa de uma estação só. Inverno. O inverno tem sua beleza, mas é frio.
A noite foi chegando calma, o céu foi azulando escuro.
Eu torci pelo casal. Torci pro menino fazer tudo certo. E ele fez.
Como um menino fino, educado, tomou a iniciativa. O beijo aconteceu. Foi lindo!
Desejei que eles não se esquecessem daquela tarde e do beijo. Eu não vou esquecer.
Desculpe a franqueza, mas, nem Oscar Niemeyer teria desenhado um fim de férias com um cenário, cena e trilha sonora tão perfeitos.
Acabou.
Terminei as minhas férias assistindo a um pôr do sol, uma história de amor, tomando picolé de banana do Rochinha, escutando Cássia Eller no Ipod...
"mudaram as estações, nada mudou, mas sei que alguma coisa aconteceu tá tudo assim tão diferente... se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar... que tudo era pra sempre...sem saber que o pra sempre, sempre acaba..."
Acabou tudo. O pôr do sol, o picolé, a música e logo o amor de verão acaba também.
Mas, acabou com gosto de tudo que é bom, com gosto de quero mais, só mais um pouquinho.