quinta-feira, 4 de julho de 2013

O País da bola quer fazer gol de abecedário e não só de letra


Nas últimas semanas o Brasil inteiro viveu dias de história. Tudo começou em virtude do aumento da passagem do ônibus que de R$3,00 passou a ser R$3,20 aqui em São Paulo.
Imediatamente iniciou-se um movimento de manifestações contra o aumento da passagem em todos os Estados, que virou uma onda gigante. Uma onda que engoliu tudo, revirou posicionamentos, e deu um "caldo" no governo.
Nas redes sociais, nas ruas, nos corredores, por onde se andou se ouviu em alto e bom som a voz revoltada por causa de tudo que anda acontecendo no país.
Por causa da corrupção, dos impostos, da impunidade, da falta de tudo e do excesso de conformismo essa voz saiu gritada.
No meio dessa população, dessa massa em peso nas ruas se viu de tudo. Gente que estava pela causa, gente de boa, gente perdida, gente politizada e gente que não estava de boa. E ai houve excessos. Gente apanhou, gente bateu, gente quebrou, gente roubou.
Quem foi disse que teve orgulho de ter participado. Quem não foi, como eu, ficou com cara de ué eu tinha que ter ido também.
Eu tinha que ter ido. Tinha que ter feito meu cartaz com a minha mensagem, eu tinha que ter caminhado por isso tudo que não está caminhando como a gente quer, como a gente precisa.
Não dá mais para o Brasil que pode correr, continuar andando de cadeira de rodas (sem qualquer ofensa aos cadeirantes).
Analisando o cenário, com uma visão leiga assumo, notei que a grande maioria que estava nas ruas não era a classe pobre, a classe D e E. Mas, do que eu vi, a maioria das pessoas que foram para as ruas, que se expressaram de alguma forma, foi a classe média.
No geral quem estava nas ruas eram pessoas estudadas, que trabalham, relativamente jovens maduros, que tem acesso à uma vida na maioria das vezes razoável pra boa. Essa classe média que há muito vem sendo esmagada foi a maioria nas ruas.
E foi exatamente isso que me surpreendeu. Foi ver essa gente que muitas vezes se comportou de forma alienada á quase tudo que afeta o país fazer alguma coisa.
Ao som de "O gigante acordou", "Não é por causa dos 0,20 centavos", "O SUS não cura nem virose que dirá gay"... misturou-se tudo a causa! Revolta, mágoa, ideologia, opção sexual e por ai foi. Somente uma coisa não se permitiu nessa salada de frutas de motivos para ir pra rua, uma bandeira partidária! E isso foi sem dúvida o que tornou a meu ver o ato mais nobre ainda.
Não se queria dar uma cara, uma cor, vermelha, azul e amarela, ou verde, não queria dar uma direção esquerda ou direita, ao acontecimento. A bandeira era branca. Até porque todos estavam roxos de raiva.
O branco da bandeira representou exatamente o número expressivo dos votos brancos e nulos da última eleição. Número que demonstra uma fatia da população avessa aos que estão aí e a todo modo deles de governar.
De fato essa gente resolveu falar.Quando todo mundo fala junto a mesma voz vira hino, vira luta. E quando todo mundo imaginava que isso tudo ia continuar descaradamente sem nenhuma reação a população reagiu e fez valer sua posição diante dos injustos fatos.
Os governantes recuaram, a Presidenta falou, falou e não disse nada. E  sinceramente o povo não quis ouvir. Porque o povo não quer uma satisfação dita em horário nobre, ou na hora do Brasil o povo quer uma atitude, uma não, muitas atitudes concretas e coerentes.
Temos hoje uma cara no país, uma cara sem identidade partidária, porém, com a força de um grande império e que pode derrubar imperador.
Por todo o mundo se repercutiu as notícias das manifestações. Fomos capas de jornais conceituados e respeitados. Porque hoje o Brasil não está só na moda, o Brasil é alvo de investidores,  e de outros países que querem o que o Brasil tem para oferecer. E garanto tem muita coisa boa e isso não se resume a futebol, carnaval e samba. 
Dessa vez o Brasil mostrou-se mais argentino do que nunca, indo para as ruas para exigir que o Estado, o maior defensor do povo, seja de fato advogado dos seus direitos legítimos.
Desde que o mundo é mundo existe a política. E ela é necessária para organizar um país socialmente, economicamente, moralmente. Mas, em torno da política existe a imunda politicagem. E isso dá nojo. Conchavos, senados, e interesses próprios sempre governam um país sem consciência política, sem educação. 
Constantino Magno, imperador romano já em 306 queria um povo estúpido, xucro, medíocre, para governar/mandar/massacrar.
Um povo sem estudo não consegue argumentar, combater, crescer.
Disse uma vez uma faxineira que trabalhou na minha casa: "Estude! porque nessa vida podem te tirar tudo menos o conhecimento".
Ela na sua humilde sabedoria estava certa.
Só quem estuda enxerga o mundo. Só quem estuda vê o quanto ser ignorante é nocivo.
Essa semana tudo parece mais calmo, os ânimos se acomodaram. 
O que cabe a nós agora? Cabe fazer um trabalho de formiguinha, onde um fala pro outro, que conta pra aquele e que logo todos começam a pensar, a querer e a se comportar como coletivo.
Onde todos sem exceção estarão engajados por um país chamado Brasil.
Uma luta de um só é uma luta consigo mesmo. Uma luta de muitos é uma guerra contra um só.
Meu apelo é vamos a luta! Nas próximas eleições que sejam exatamente pelos 0,20 centavos que cada um faça questão de exercer seu papel de pessoa de bem! e não só de cidadão nos momentos oportunos.
Eu quero que o país da bola marque gol de cabeça! de cabeça boa que pensa!gol de abecedário inteiro dessa vez.
É senhor seu político chegou a hora de você parar de "manga" do povo.
O povo tá "brabo".

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Marcela Moretto

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Uma mulher, uma menina, uma criança...tentando aprender.