quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

A viagem



Acho que todo mundo conhece a premissa quer conhecer de verdade alguém viaje com essa pessoa ou case-se com ela em outros casos. Pois bem, nos dois casos essa é a verdade. Eu já viajei com gente que depois de 2 dias queria para sempre na minha vida. E o contrário também aconteceu.
Já soube de relacionamentos que começaram após uma boa viagem, e outros que acabaram sem perdão.
Viajar com a família não é diferente. Nos primeiros dias aquele amor de sangue, de laços, depois de uns dias...todo mundo já brigou, já se matou e o amor já juntou de novo na mesa do almoço. 
E se viajar com a família é bom porque a recordação entra pro coração e no álbum da família, pior quando há brigas. Porque com a família a roupa suja é lavada em qualquer  lugar e na frente de quem estiver presente. Sem pudor, educação e vergonha colocamos o que está engasgando pra fora. Mesmo se o que estiver engasgando for um pedaço de panettone do natal de 3 anos atrás e não tiver nada a ver com a viagem.
Acabei de fazer uma viagem de férias de 15 dias com meu filho e minha irmã. Tivemos dias excelentes. Nos divertimos muito e rimos muito de tudo e um do outro. Mas, existiram  os momentos “cinzas” (aqui não me refiro ao chatinho do Christian Grey) normal.
De fato é difícil conciliar gostos, desejos, temperamentos e até frescuras de cada um.
Um come isso, o outro não. Um quer acordar cedo, o outro não. Um brinca, o outro emburra. Um quer ficar, o outro ir embora.
Andando por onde estive, notei que acontece com todo mundo! Ninguém está imune. Presenciei cada briga que pelo amor! Briga de irmãos, esposa e marido, filho e mãe. Quase um UFC travel!
O momento é pra relaxar mas, rola um stress básico sempre.
Viajar para outros lugares, países, na maioria das vezes  proporciona conhecimento, cultura, novas amizades e muitos e inesquecíveis “micos’.  E pagar “mico” é uma das melhores partes da viagem sempre.
Nessa viagem foram poucos “micos”, porque já conhecíamos os USA. E mesmo assim fizemos umas besteiras quase aceitáveis.
No primeiro dia deixamos (sem acusar ninguém era minha irmã que dirigia) o farol do carro ligado e quando voltamos pro carro com mil compras, 700 sacolas, exaustos, e as 9 p.m., a bateria do carro havia descarregado.  Na hora falei um palavrão que prefiro não escrever no texto para não deixá-lo chulo. Tudo se resolveu  em 15 minutos. Pois, o “safety car” do “outlet” fez a  “pacifier” a famosa chupeta brasileira e a bateria recarregou. Ufa!
Num outro dia (quase todos) deixamos o carro aberto. Num outro eu esqueci o ingresso do parque no hotel, e voltamos tudo de novo para buscá-lo. Outro perdemos o carro no estacionamento, novamente o “safety car” nos salvou.
Bom, sem contar que o GPS falava vire aqui e eu dizia é lá na frente e errávamos o caminho algumas vezes. Assumo, algumas vezes que eu opinei. Após o terceiro dia de viagem, fui proibida de falar quando entrava no carro. E me calei.
E no penúltimo dia eu resolvi assumir o comando do GPS, num momento que o co piloto (meu filho) dormia no banco de trás do carro e quase que de repente paramos em Miami.  
Adorei que tudo isso aconteceu (eles não), porque constatei que sou uma perdida. Meu GPS cerebral e (também o emocional) está conectado com a lua, só pode. Ah! gente sou um pouquinho distraída fazer o quê?!
Voltando a questão de viajar para conhecer alguém, é isso mesmo que acontece. Conhecemos como a pessoa dorme, como ela acorda, se toma banho todos os dias, etc, etc... e principalmente conhecemos a “nossa”  pequena ou imensa capacidade de tolerar o outro.
Porque vamos combinar todo mundo tem seu jeitinho fofo de ser. Se toleramos, amamos, gostamos, convivemos mesmo nas diferenças. Se não toleramos, por educação e para não sermos presos por assassinato suportamos até acabar a viagem e só.
A minha viagem de férias foi ótima! Tirando minha relação de ódio pela Cláudia (GPS) tudo transcorreu bem.
Foi bom ver meu filho maduro, centrado, ponderado, falando inglês (muito bem) deu orgulho dele. Foi muito bacana vê-lo feliz, descobrindo o novo, observando e tirando suas conclusões.
Fiquei em paz por perceber que já dá para soltá-lo (só um pouco) no mundo, porque ele tem valores, é educado, inteligente e não vai fazer feio e nem se meter em encrenca por aí.
Tá confesso foi excitante fazer umas comprinhas, afinal, ninguém é de ferro ou fez voto para hare krishna.
E agora voltar para o arroz com feijão que é a vida é bom. Porque se é bom viajar, melhor ainda é voltar.
Nada como seu colchão deformado pelo peso do seu corpo, nada como seu chuveiro que esquenta pouco, nada como se sentir confortável no seu dia a dia bagunçado e corrido. E nada como não precisar de GPS nessa vida.
E depois de cansar de tudo isso, viajar de novo. É assim a vida, de chagadas e partidas, de rotina e férias.
Assim somos viajantes! Assim viajamos, tiramos fotos, conhecemos, experimentamos, compramos, fazemos novos amigos, voltamos e contamos (no meu caso aqui no blog).
Assim viajando buscamos relaxar e voltamos mais cansados. De qualquer forma é um cansaço diferente, prazeroso.
Assim viajando e voltando a cabeça volta boa, o coração fica feliz e a vida cheia de lembranças para compartilhar.
A vida é feita de rotina e férias essa é a melhor montanha russa que existe!

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Marcela Moretto

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Uma mulher, uma menina, uma criança...tentando aprender.