quinta-feira, 13 de julho de 2017

Eles fizeram 18!


Então foi isso o tempo passou pra mim e pra eles. Lembro-me da primeira reunião da pré escola que a professora achou que eu era irmã mais velha do Arthur. Pois é hoje eu sou a Tia Marcela. Foi no colégio que o Arthur fez amigos assim como no prédio em que morávamos. Eles cresceram, hoje cada um está seguindo suas escolhas, seu caminho.
O Arthur fez 18 anos do jeito dele. Ele quis comemorar com os amigos. O pai corajosamente e na confiança liberou a casa e rolou uma festa organizada por ele e pelos amigos.
Rolou a festa! No estilo deles, pulseirinha, música, vodka barata, o amigo que chama o amigo, enfim se divertiram.  Fizeram uma baguncinha, limparam a casa do jeito deles, ele perdeu a unha de um dedo do pé e tudo certo.
Aí foi o João que fez 18 anos. O João também comemorou ao estilo dele. Ao estilo mega produção Batcave. Foi uma super festa no interior de São Paulo, na fazenda da família. Super produção, palco, bandas, Djs, touro mecânico, máquina de foto instantânea, vans para buscar e levar, hotel para os convidados, comida deliciosa, bebidas a vontade, parabéns, bolo lindo, fogos, 4 graus de temperatura, foi demais! Foi demais no sentido literal da palavra. Muita alegria, muitos amigos, a família reunida e os pais de alguns amigos. 
Nós fomos. Caímos na pista, dançamos, bebemos, tiramos fotos, foi pura diversão. Teve mocinha linda me falando: “Tia você ta arrasando na pista”. Teve menino abraçando meu marido e falando: “Fezão que bom que vocês estão aqui”. Teve pais e filhos ali conversado, dando boas risadas, brindando com pinga de barril o aniversário do João que também é o Nani.
Teve tanto de tudo que é bom, pais, filhos e amigos reunidos, celebrando uma data importante, olhando pro céu estrelado e agradecendo por vivermos esse momento todos juntos.
Combinamos com o João que com 36 anos vai ter festa! Não queremos nem saber, queremos tudo de novo. Estaremos mais velhos, mas estaremos lá com eles vivendo tudo de novo.
Depois foi a vez do Fernando fazer 18 anos. E a comemoração foi dele e a cara dele. Foi camarote e balada. Nós quase não fomos, mas na hora “H” nós conseguimos ir. O Fe fez esquenta na casa dele, com direito a cachorro quente e bebidas. Na balada estavam todos lá, dançando, rindo, andando pra cá e pra lá, bebendo, falando, ficando, beijando.
Foi muito bacana. Por alguns minutos voltei no tempo, num flash back me vi nessa idade com as minhas amigas e amigos da escola na balada.  Só que nessa noite eu estava com meu filho, meu marido, os amigos do Thu e os pais do Fernando.
Olhei no espelho do banheiro e constatei que o tempo havia passado, eu não era mais aquela garota da escola, representante de classe, que jogava Handebol, que comia fandangos com os amigos em baixo de uma árvore que adotamos nossa, que fazia trabalho de escola, que tinha aula de laboratório, que trocou de prova de matemática com o amigo.
Olhei a minha volta e a conversa no banheiro feminino ainda era a mesma. 
-“Nossa você viu com quem o Pedro ta ficando?”
-“Meu sério a Cá não vem? Meu a mãe dela é muito mala”. 
-“Rafa você viu a roupa ridícula que a Julia ta vestindo, afff... ela se acha a linda”.  
-“Se hoje a gente não ficar junto eu vou desencanar dele e vou pegar o Murilo”.
As meninas olharam pra mim, e uma delas disse: “Ela é a mãe do Arthur”. A outra fez uma carinha espantada e disse: “Oi tia que legal que você veio, ta gata”.  
O “ta gata” aliviou o “Oi tia”.
Saindo do banheiro duas meninas se beijavam. O tempo é outro. O amor é plural. Eu estava ali vivendo meu passado em pleno futuro, em pleno presente.
Ficamos um pouco, dançamos, curtimos, e voltamos pra casa com uma sensação boa, uma coisa jovem de frio na barriga, olho brilhando, sorriso na cara e corpo molinho.
Sempre dá saudades do que a gente já foi, do que a gente já viveu. Eu morro de saudades do colégio, de como era a vida naquele tempo.
Hoje são eles que estão com 18 anos. São eles que tem sonhos impossíveis pra realizar, coisas para fazer a cada segundo, tempo pra errar e consertar. São eles que estão saindo do colégio e mergulhando na vida.
Nós sonhamos com o possível, temos nossas coisinhas pra fazer, e cada tempo perdido é um erro que não dá pra consertar.
É bom ver filho grande, filho moço, filho criado. Lógico que o trabalho não acaba, que a preocupação nunca vai dormir, no máximo ela tira um cochilo, mas é bom ver que eles estão fazendo 18 anos com valores, amigos, planos, e cheios de vida.
É bom saber que ainda pedem remédio pra gripe, gostam da nossa comida, que não importa  quanto o tempo vai correr a gente vai estar com eles na linha da largada e na linha da chegada.
Filhos maiores, menores, pais novos, velhos, essa é uma relação de amor a qualquer tempo e seja com qualquer idade nós só queremos que eles não esqueçam de pegar a blusa e que sejam felizes. Vida longa aos Reis!

*Menina do banheiro só queria te contar que hoje sou bem casada com um homem que é meu amigo desde os 14 anos, éramos amigos da praia, de férias. Hoje temos uma Pimpim e construímos uma vida juntos. Isso é só pra dizer que ainda bem que o mundo gira, e que no final dá tudo certo. Então dane-se se o Pedro está ficando com outra. Enjoy garota você tem 18 anos!

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Marcela Moretto

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Uma mulher, uma menina, uma criança...tentando aprender.