segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Terapia com a paciente


Hoje me lembrei de uma sessão de terapia com a Isabel (minha terapeuta). Eu cheguei, ela zerou o cronômetro, eu sentei na minha cadeira e falei. Falei dos dias que haviam passado, dos acontecimentos e sentimentos. Como sempre.
De repente ela falou. Fato raro porque ela só ouvia. Ela falou. Eu parei, escutei.
Ela falou dos problemas, da família, da doença da mãe, do pai, falou dela.
Nesse dia os papéis se inverteram. Nessa sessão eu fui a terapeuta, e ela a paciente.
Inverter os papéis na vida é válido em todas as situações, se colocar no lugar do outro é nobre e evita julgamentos equivocados e mais um montão de coisas desagradáveis.
A menlhor maneira de se colocar no lugar do outro é fazer valer uma coisa antiga, mas muito eficaz. Não faça com o outro aquilo que você não quer que façam com você. 
Simples assim. É como receita caseira, você não acredita mas resolve 90% do problema. Eu já errei pacas, mas, todas as vezes que eu acertei foi fazendo isso. 
Não é fácil inverter os papéis, porque geralmente não é confortável sair da sua posição de dono da verdade. Baixar a cabeça é perder no jogo. Nem sempre. Baixar a cabeça, muitas vezes é ganhar.
Essa sessão foi um momento maravilhoso, de cumplicidade e confiança.
Eu me senti bem, porque a Isabel, a Dra. Bem Resolvida, ética, era exatemente como eu. Também queria um amor, cuidava da família, queria estar bonita, pensava em fazer pós, as vezes furava a fila no banco, enfim, também achava pesado carregar esse piano algumas vezes.
Sai muito bem da sessão. Foi bom ouvir e não falar dessa vez.
No fim nos abraçamos com carinho, desejamos o melhor uma para outra.
Antes de sair da sala eu brinquei e disse: Isabel você me deve R$ 150,00 pela sessão, mas, não vou te cobrar nada se você estiver se sentindo melhor.
Ela sorriu e disse: "então não te devo nada, ao contrário você que me deve o troco".
Eu disse: melhor assim, eu sempre saio daqui te devendo mesmo.
Nós rimos.
Na sala de espera uma outra moça aguardava a sua vez de falar. 
Eu a chamei e disse: pega leve hoje, ela não tá bem. A moça não entendeu nada e entrou para  sessão já chorando. 
A Isabel não sabia, mas, nesse dia ela devolveu todo dinheiro que eu havia gastado com terapia... cada centavo tinha valido a pena.
E sabe porque? 
Porque fazer o bem, escutar alguém, conhecer de verdade, considerar e respeitar o outro ainda é altamente lucrativo. 

2 comentários:

Tiago Moralles at: 5 de dezembro de 2011 às 11:01 disse...

Tô rico então hehehe.

Marcela Moretto at: 5 de dezembro de 2011 às 13:43 disse...

...diria que vc é milionário!rs
Beijos

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