Nessa semana fui jantar
com uma amiga. Entre uma taça de vinho e outra, falamos sobre nossos momentos
atuais, comentando também sobre algumas coisas do passado claro.
Comentei com ela sobre
um filme que já vi algumas vezes “500 dias com ela”. É um filme bem gostosinho
de ver. A história de amor é atual, moderna, o fim também é moderno. O filme
tem uma fotografia bonita, doce. O casal do filme é um moço completamente
apaixonado por uma moça nem um pouco apaixonada por ele. Não vou contar o
filme. Mas numa das cenas a moça convida o rapaz para uma recepção no terraço
do apartamento dela. E nesse momento o diretor do filme teve uma sacada ótima,
ele divide a cena em duas na mesma tela. De um lado está a expectativa do moço e do outro a realidade dele. Ambas acontecendo
simultaneamente. O filme diz sobre alinhar a expectativa à realidade.
Claro, que ambas as
coisas são totalmente opostas no filme. Mas ai vem a pergunta: Só no filme??
Porque na minha vida a
expectativa e a realidade são desencontradas, são como duas vizinhas brigadas
que nem se olham, que nunca conversam.
Vivo uma expectativa
pisciana, de sonho, de paixão, de príncipe encantado com direito a ser rica, linda,
famosa e viver eternamente feliz com um corpinho de 30 anos. Mas a realidade é
sólida! Trabalho, pago contas, cuido da minha vida, tenho minhas decepções
amorosas, sofro, choro, vou no mercado, fico aborrecida quando alguém fura a
fila, tenho alergia à cachorro, vou a jantares com amigas especiais. Tudo
perfeitamente normal!
Confesso minhas
expectativas são compatíveis a de uma Deusa Grega! Que pode tudo, quer tudo e
pra já. Mas minha realidade definitivamente não se comporta assim. Acho que a
de ninguém. Minha realidade é bem plebéia revoltada mesmo. Mostra que a vida é
rotina.
Falando com a Bruna,
minha amiga do jantar, ela diz que a expectativa dela também é diferente da
realidade, isso me conforta (mais ou menos, ela é uma doce pisciana como eu).
Mas é bom saber que no
mundo tem gente que pertence a turma da “expectativa que não casa com a realidade e vivem felizes para
sempre”.
Eu sei que menos
trabalho dá quando se vive de realidade, de chão. Porque é bem mais tranquilo
esperar o razoável e receber o aceitável.
A minha expectativa é
viver como uma garota sem compromisso, a realidade diz que sou quase uma
senhora cheia de compromissos. E isso me obriga a ser mais realista com tudo.
Dói! É pesado e real.
Esse é o conflito que
existe na minha vida “ser ou não ser eis a questão!”
Outra dia, outra amiga
disse que conheceu uma moça que tinha a vida dela toda planilha no excel até
muitos anos pra frente. Penso que isso deve ser um porre! Mas com certeza a expectativa
dela é alinhada à realidade dela. Contudo, vou adorar ver a vida dela toda planilha
no excel dar outro resultado no fim.
Porque não sou Deus,
mas sei perfeitamente que não há nesse mundo alguém que saiba exatamente
quantas e todas as lombadas que existem no caminho à seguir.
Vai ter ora que você
vai ter que acelerar, logo depois vai ter que andar devagar, e muitas vezes
quando nada depende de você, você vai ter que sentar na beira da estrada e
tomar uma Coca Cola até tudo se resolver.
Todo começo do ano faço
uma coisa que muitos fazem. Uma lista. Do que quero e do que não quero mais. No
fim do ano acaba virando uma lista de expectativa e de realidade, ás vezes com
resultados bons, outras com resultados abaixo do esperado.
Bom assim é a vida. Um
eterno“Vivendo e aprendendo a jogar... NEM SEMPRE GANHANDO NEM SEMPRE PERDENDO
MAS APRENDENDO A JOGAR!” (Ellis Regina).
Em clima de olímpiadas
quantos atletas se preparam 4 anos para em minutos cair de cara no chão com a
realidade. E como fica toda expectativa?! Mas, então de novo depois de mais 4
anos lá estão eles tentando alinhar a expectativa á realidade e ganhar feito heróis.
Tentar! Essa é a
palavra que cabe no meio da expectativa e realidade.
Então fica assim:
Minha expectativa,
minha tentativa, e minha realidade... isso que vale no jogo tentar alinhar as três coisas.
E hoje eu de dedos
cruzados prometo ter uma expectativa mais realista daqui à 40 anos! E o agora?!... Ah!
agora vai ficar como tá mesmo... muitos jantares gostosos cheios de expectativas
de uma noite boa, que acabam com bons papos realistas entre amigas.
Afinal, meu medo é não
ter essa minha doida expectativa e só viver dessa boba realidade.
0 comentários:
Postar um comentário